Citoesqueleto: Estrutura, Funções e Componentes

Pronto para revisar mais um tema fundamental da Biologia Celular? Hoje, vamos explorar o citoesqueleto, a estrutura que organiza, dá forma e movimenta a célula eucariótica. Será que ele também existe nas células procariontes? Vamos descobrir!

Trouxemos mais um conteúdo essencial para reforçar seus estudos e ajudar no seu preparo para provas, concursos e prática clínica.


O que é o citoesqueleto?

O citoesqueleto é uma rede de filamentos presente exclusivamente em células eucariontes. Sua principal função é estrutural: ele mantém a forma da célula, organiza os componentes internos e permite a movimentação celular, tanto interna (organelas, vesículas) quanto externa (locomoção e divisão celular).

Embora inicialmente tenha sido associado apenas a suporte mecânico, sabe-se hoje que o citoesqueleto é dinâmico, atuando em processos como migração celular, endocitose, transporte intracelular, formação do fuso mitótico, e muito mais.

Essa rede se estende por todo o citoplasma e é formada por três classes principais de filamentos: microtúbulos, filamentos de actina e filamentos intermediários. Junto a eles, atuam proteínas acessórias que regulam sua montagem, interação e função.


Eucariontes x Procariontes

As células se dividem em dois grandes grupos:

  • Células procariontes: sem núcleo definido, com estrutura mais simples, como as bactérias.

  • Células eucariontes: possuem núcleo e organelas membranosas. O citoesqueleto está presente apenas nesse tipo celular, sendo ausente nas células procariontes.


Componentes do Citoesqueleto

1. Microtúbulos (25 nm)

São os maiores filamentos do citoesqueleto. Formados por dímeros de α e β-tubulina, estão envolvidos em:

  • Transporte intracelular (com ajuda das proteínas motoras cinesina e dineína)

  • Manutenção da forma celular

  • Formação do fuso mitótico

  • Movimento de cílios e flagelos

Em neurônios, organizam o crescimento do axônio. Já na divisão celular, atuam na separação dos cromossomos.

💊 Medicamentos como colchicina e paclitaxel atuam nos microtúbulos, sendo úteis no tratamento do câncer.


2. Filamentos de Actina (8 nm)

Mais finos e flexíveis, os filamentos de actina são fundamentais para:

  • Motilidade celular

  • Estrutura das microvilosidades

  • Formação de pseudópodos e citocinese

  • Transporte de organelas (com a ajuda de miosinas)

  • Conexões entre células (como na zônula de adesão)

São compostos por actina G, que se polimeriza com gasto de ATP. A organização desses filamentos varia entre células epiteliais e conjuntivas, conferindo especialização funcional a diferentes tecidos.


3. Filamentos Intermediários (10 nm)

Têm função predominantemente estrutural, oferecendo resistência mecânica. São compostos por diferentes proteínas, dependendo do tipo celular:

  • Laminofilamentos – formam a lâmina nuclear

  • Queratina – células epiteliais

  • Vimentina – células mesodérmicas

  • Desmina – células musculares

  • Neurofilamentos – neurônios

  • Filamentos gliais – astrócitos e células de Schwann

São importantes também para diagnóstico de neoplasias, já que marcam tipos celulares específicos.


Proteínas Acessórias

Essas proteínas complementam a ação dos filamentos do citoesqueleto:

  • Reguladoras: controlam a montagem e desmontagem dos filamentos

  • Ligadoras: conectam filamentos entre si e com outras estruturas celulares

  • Motoras: como cinesina, dineína e miosina, responsáveis por transporte e movimento intracelular

Essa complexa maquinaria transforma o citoesqueleto em um verdadeiro “sistema muscular celular”, também chamado de citomusculatura. Um bom exemplo disso são as miofibrilas musculares, especializações do citoesqueleto adaptadas para a contração.

 


Referências

  • De Robertis, E. M. F.; Hib, J. Biologia Celular e Molecular. 16ª ed. Guanabara Koogan, 2014.

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