As glândulas salivares são estruturas anexas do trato gastrointestinal que exercem papel essencial na digestão, especialmente no início do processamento dos alimentos ainda na cavidade oral.
Neste resumo, você encontrará uma visão completa sobre a anatomia, composição da saliva, regulação da secreção salivar e as principais doenças que acometem essas glândulas.
Vamos ao conteúdo:
Anatomia das Glândulas Salivares
As glândulas salivares principais incluem:
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Parótidas
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Submandibulares
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Sublinguais
Elas são acompanhadas por várias glândulas salivares menores espalhadas pela mucosa oral. A produção diária de saliva varia de 800 a 1.500 mL, com uma média em torno de 1.000 mL.
A saliva possui dois tipos principais de secreção:
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Serosa (rica em ptialina ou α-amilase, que inicia a digestão do amido)
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Mucosa (rica em mucina, que lubrifica e protege a mucosa oral)
Distribuição das secreções:
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Parótidas: secreção predominantemente serosa
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Submandibulares e Sublinguais: secreção mista (serosa + mucosa)
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Glândulas menores: apenas secreção mucosa
O pH da saliva varia entre 6,0 e 7,0, ideal para a ação da α-amilase.
Glândula Parótida
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Peso médio: 14–28 g
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Composta por lobo superficial (forma achatada) e lobo profundo (forma de cunha)
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Cerca de 21% das pessoas possuem um lobo acessório
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Possui o ducto de Stensen, que drena na cavidade oral à altura do segundo molar superior
Glândula Submandibular
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Localizada no assoalho posterior da boca, no triângulo submandibular
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Peso médio: 7–8 g
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Ducto principal: ducto de Warthon, que desemboca na carúncula sublingual
Glândula Sublingual
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Menor das três principais, com peso de 2–4 g
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Origem embriológica no endoderma do stomodeum
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Possui o ducto de Bartholin, que se une ao ducto submandibular
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Também possui os pequenos ductos de Rivinus
Composição da Saliva
A saliva é composta por:
Constituintes inorgânicos:
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Íons: Na⁺, K⁺, Cl⁻, HCO₃⁻, Ca²⁺, Mg²⁺, F⁻
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A composição varia conforme o fluxo salivar
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A saliva é inicialmente isotônica, mas se torna hipotônica à medida que passa pelos ductos
Constituintes orgânicos:
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Ptialina (α-amilase): digestão do amido
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Lipase: digestão de lipídios
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Mucina: lubrificação
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Lisozima: ação antibacteriana
A saliva em repouso é hipotônica e levemente alcalina, inibindo crescimento microbiano e ajudando a neutralizar o ácido gástrico. Quando estimulada, torna-se ainda mais alcalina.
Regulação da Secreção Salivar
A regulação é exclusivamente neural, ao contrário de outras secreções digestivas que são hormonais.
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Sistema Parassimpático: principal via de regulação, aumenta o volume e fluidez da saliva
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Sistema Simpático: também estimula a secreção, porém de forma mais viscosa
Inervação:
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Fibras simpáticas: originadas do gânglio cervical superior
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Fibras parassimpáticas: provenientes dos nervos facial (VII) e glossofaríngeo (IX)
O estímulo parassimpático:
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Aumenta secreção de enzimas e mucina
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Eleva o fluxo sanguíneo local
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Estimula o crescimento glandular
Doenças das Glândulas Salivares
As doenças podem ser divididas em não neoplásicas e neoplásicas.
Doenças Não Neoplásicas
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Doença Policística da Parótida: geralmente bilateral, mais comum em mulheres
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Sialadenite: inflamação aguda (infecciosa) ou crônica (autoimune ou obstrutiva)
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Síndrome de Sjögren: doença autoimune que causa boca e olhos secos
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Cálculos salivares (sialolitos): obstruem os ductos, causando dor e infecção
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Mucocele: acúmulo de saliva devido à ruptura de ductos menores
Doenças Neoplásicas
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Adenoma Pleomórfico: tumor benigno mais comum, geralmente na parótida
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Carcinoma Adenoide Cístico: maligno, com invasão perineural
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Carcinoma Mucoepidermoide: maligno, de origem mista
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Carcinoma de Células Claras: baixo grau, comportamento indolente
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Tumor de Warthin: benigno, mais frequente em homens e tabagistas
Referências
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GUYTON, A.C. & HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier, 13ª ed., 2017
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Manual de Patologia Geral. Editora Guanabara Koogan, 2021
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BERNE & LEVY – Fisiologia. 7ª ed. Elsevier, 2018
