
Pronto para explorar mais um tema essencial da fisiologia humana? Neste resumo, vamos abordar a espermatogênese, o processo de formação dos gametas masculinos. Um assunto fundamental para quem está se preparando para provas, concursos ou simplesmente deseja aprofundar os conhecimentos em biologia reprodutiva.
Vamos começar?
O que é a espermatogênese?
A espermatogênese é o processo fisiológico responsável pela produção dos espermatozoides, células sexuais masculinas cuja função principal é fecundar o óvulo feminino. Esse processo se inicia na puberdade (por volta dos 13 anos) e permanece ativo ao longo de toda a vida do indivíduo, embora com possível queda na eficiência com o avanço da idade.
Essa produção ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos, onde milhares de espermatozoides são formados diariamente. Após sua formação, eles são armazenados no epidídimo, local onde completam seu amadurecimento e ganham capacidade de fertilização.
A espermatogênese depende de um delicado controle hormonal, sendo regulada por substâncias como a testosterona, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH).
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A testosterona é crucial para o desenvolvimento das células germinativas;
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O LH estimula as células de Leydig, que produzem testosterona;
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O FSH atua sobre as células de Sertoli, promovendo suporte ao desenvolvimento dos espermatozoides.
Sistema reprodutor masculino
O sistema genital masculino é composto por:
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Testículos
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Genitália interna: vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais
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Genitália externa: pênis e escroto
O escroto abriga os testículos fora da cavidade abdominal, o que mantém a temperatura ideal para a espermatogênese. O pênis, formado por tecidos eréteis e encerrado na glande, conduz a uretra. A remoção do prepúcio (circuncisão) pode estar relacionada à redução de algumas doenças infecciosas.
Alterações no desenvolvimento, como o criptorquidismo (quando os testículos não descem para o escroto), podem comprometer a fertilidade, embora a produção hormonal ainda ocorra.
As glândulas acessórias são responsáveis pela produção dos fluidos que compõem o sêmen. A próstata, por exemplo, pode sofrer alterações como hiperplasia benigna ou câncer prostático, sendo que medicamentos como a finasterida têm papel importante na prevenção e tratamento — como evidenciado pelo estudo PCPT, que mostrou redução de até 25% no risco de câncer de próstata com o uso do fármaco.
Fases da espermatogênese
O processo espermatogênico é conduzido pelos hormônios hipofisários (LH e FSH), em conjunto com a testosterona. A sequência de desenvolvimento ocorre nos túbulos seminíferos e envolve três fases principais:
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Proliferação e diferenciação das espermatogônias:
As espermatogônias migram entre as células de Sertoli rumo ao lúmen dos túbulos, iniciando sua diferenciação. As células de Sertoli oferecem suporte e nutrição durante todas as etapas do processo. -
Meiose:
As espermatogônias tornam-se espermatócitos primários, que passam por duas divisões meióticas:-
A primeira gera espermatócitos secundários
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A segunda origina espermátides (com 23 cromossomos cada)
Essa redução cromossômica é fundamental para garantir o número correto de cromossomos no zigoto após a fecundação.
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Espermiogênese:
As espermátides sofrem um processo de maturação e remodelação para se transformarem em espermatozoides. O ciclo completo, desde a espermatogônia até o espermatozoide maduro, leva cerca de 74 dias.
Importante: o sexo genético do futuro embrião é definido nesse processo, pois os espermatozoides carregam o cromossomo X ou Y.

Anatomia testicular e células envolvidas
Os testículos são órgãos pares com estrutura densa, composta principalmente pelos túbulos seminíferos, responsáveis por cerca de 80% de sua massa. Nestes túbulos, encontramos dois grupos principais de células:
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Células germinativas (espermatogônias): em diferentes estágios de maturação.
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Células de Sertoli: fornecem suporte, nutrientes e proteção. Também contribuem para a formação da barreira hematotesticular, que isola o interior dos túbulos do sistema imunológico.
Fora dos túbulos, no espaço intersticial, estão as células de Leydig, produtoras de testosterona.
A arquitetura do testículo e a interação harmônica entre essas células garantem as condições ideais para a produção contínua e eficiente dos gametas.
Morfologia do espermatozoide
O espermatozoide maduro possui duas partes principais:
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Cabeça: contém o núcleo e o acrossomo, estrutura rica em enzimas (como hialuronidase e proteases) que facilitam a penetração do óvulo.
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Cauda (flagelo): responsável pela motilidade. É composta por:
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Axonema: esqueleto central com microtúbulos
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Membrana plasmática que reveste o axonema
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Mitocôndrias, localizadas na região proximal (corpo da cauda), que fornecem o ATP necessário ao movimento
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A cauda impulsiona o espermatozoide a velocidades de 1 a 4 mm/min, possibilitando sua locomoção pelo trato genital feminino até o local da fertilização.
Referências bibliográficas
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GUYTON, A.C. & HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Elsevier, 2017.
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MENAKER, L.
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SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7ª ed. Artmed, 2017.
