Sistema Linfático: Estruturas, Funções e Importância Clínica

Que tal revisar mais um tema indispensável? Hoje o assunto é o sistema linfático, um conjunto de estruturas fundamentais tanto para o equilíbrio de líquidos corporais quanto para a defesa imunológica.

Estamos aqui para simplificar conceitos complexos e apoiar sua preparação, tornando sua prática clínica cada vez mais segura e eficaz.

Vamos começar?


Definição de Sistema Linfático

O sistema linfático é uma rede de vasos, canais e órgãos que desempenha duas funções principais:

  1. Manutenção do equilíbrio de fluidos – drena o excesso de líquido dos espaços intersticiais e o devolve à circulação sanguínea.

  2. Defesa imunológica – permite a circulação de células de defesa, facilitando a detecção e combate de agentes patogênicos.

Além de remover proteínas e partículas grandes que não conseguem atravessar os capilares sanguíneos, ele evita o acúmulo de substâncias nos tecidos. Dessa forma, contribui tanto para o bom funcionamento circulatório quanto para a homeostase imunológica.


Formação da Linfa

A linfa é formada a partir do líquido intersticial que penetra nos capilares linfáticos. Sua composição é semelhante ao fluido presente entre as células, mas varia de acordo com o tecido de origem.

  • Nos tecidos em geral → cerca de 2 g/dL de proteínas.

  • No fígado → até 6 g/dL de proteínas.

  • Nos intestinos → entre 3 e 4 g/dL.

  • No ducto torácico, que mistura linfa de diferentes regiões, a concentração média fica entre 3 e 5 g/dL.

Além de proteínas, a linfa é essencial no transporte de lipídios absorvidos durante a digestão. Após refeições ricas em gordura, sua concentração lipídica pode chegar a 1–2%.

Outro aspecto importante é a entrada de partículas grandes, como bactérias. Essas são filtradas e destruídas ao passar pelos linfonodos, reforçando a defesa imunológica.


Órgãos do Sistema Linfático

O sistema linfático inclui órgãos especializados responsáveis pela produção, maturação e ativação de células imunes, bem como pela filtragem de substâncias nocivas.

Timo

Local onde ocorre a maturação dos linfócitos T, fundamentais para a imunidade celular. Tem grande atividade na infância e adolescência, mas sofre involução com a idade, sendo gradualmente substituído por tecido adiposo.

No timo, os linfócitos T aprendem a diferenciar células próprias de invasores externos, prevenindo doenças autoimunes.

Baço

Maior órgão linfático, atua na filtração do sangue, removendo células envelhecidas e microrganismos. Funciona como reservatório sanguíneo e participa ativamente da resposta imune, ativando linfócitos e promovendo a produção de anticorpos.

Tonsilas

Aglomerados de tecido linfático localizados na faringe, formam uma primeira barreira contra patógenos que entram pelas vias respiratórias e digestivas.

Placas de Peyer

Encontradas no íleo (intestino delgado), monitoram microrganismos e substâncias no trato intestinal. Atuam na resposta imunológica intestinal e ajudam a manter o equilíbrio com a microbiota.

Apêndice

Embora pequeno, contém tecido linfático e participa da imunidade intestinal. Acredita-se também que funcione como reserva de bactérias benéficas, auxiliando na restauração da microbiota.


Linfonodos

Os linfonodos (ou gânglios linfáticos) são estruturas encapsuladas de tecido linfoide, distribuídas em regiões estratégicas como pescoço, axilas, virilhas, tórax e abdômen.

A linfa entra por vasos aferentes, percorre o interior do linfonodo e sai pelos vasos eferentes no hilo. Sua estrutura interna é dividida em:

  • Córtex – com nódulos linfáticos ricos em linfócitos B, além de macrófagos.

  • Paracórtex – região com predomínio de linfócitos T.

  • Medula – composta por cordões de linfócitos B, plasmócitos e macrófagos.

Sua função é filtrar a linfa e permitir a ativação de células de defesa diante de antígenos.


Canais Linfáticos

Quase todos os tecidos possuem vasos linfáticos, com exceção de áreas como sistema nervoso central, ossos, músculos (endomísio) e camadas superficiais da pele.

O ducto torácico drena a linfa do abdômen, membros inferiores, lado esquerdo do tórax, braço esquerdo e lado esquerdo da cabeça e pescoço, lançando-a no sistema venoso na junção da veia jugular interna esquerda com a subclávia esquerda.

Já o ducto linfático direito drena a linfa do lado direito da cabeça, pescoço, tórax e braço, desembocando na junção da jugular interna direita com a subclávia direita.


Referências

  • JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchôa; CARNEIRO, José. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

  • GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

  • MENAKER, L.

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