Vamos falar sobre o músculo iliopsoas, uma estrutura fundamental do corpo humano que conecta a coluna vertebral às pernas e desempenha papel essencial na movimentação e estabilidade do quadril.
Trouxemos este conteúdo para aprofundar seu conhecimento e ajudar na sua formação médica. Confira!
Constituição do Iliopsoas
O iliopsoas é formado por dois músculos distintos: o músculo ilíaco e o músculo psoas maior, que possuem origens diferentes no abdome, mas compartilham a mesma inserção na coxa. Existe também o músculo psoas menor, uma estrutura menor e ausente em muitas pessoas, sem impacto significativo.
De forma resumida, o iliopsoas liga a coluna às pernas, sendo responsável por manter a postura ereta, elevar as pernas para andar ou correr, entre outras funções importantes.
O psoas maior origina-se na parede posterior do abdome, enquanto o ilíaco nasce na pelve. Ambos descem pelo compartimento anterior da coxa, passando lateralmente entre o ligamento inguinal e o osso do quadril.
Origem e Inserção do Músculo Iliopsoas
O músculo ilíaco tem origem na fossa ilíaca (dois terços superiores), na crista ilíaca e na asa do sacro. Já o psoas maior nasce dos processos transversos das vértebras lombares, dos corpos vertebrais e dos discos intervertebrais das últimas torácicas e todas as lombares.
Ambos os músculos cobrem medialmente a região anterolateral das vértebras lombares e se inserem juntos no trocânter menor do fêmur. O ilíaco ocupa a fossa ilíaca e, ao se unir ao psoas maior, forma o iliopsoas propriamente dito.
O ilíaco e o psoas maior são responsáveis pela flexão da coxa no quadril e pela flexão do tronco quando o corpo está em decúbito dorsal. A inervação do iliopsoas ocorre principalmente pelo nervo femoral (L2-L3) e ramos do plexo lombar.
Relações Anatômicas do Iliopsoas
O iliopsoas apresenta relações anatômicas importantes com diversas estruturas abdominais e pélvicas, o que tem implicações clínicas:
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Rins e ureteres: o psoas maior fica próximo a essas estruturas; infecções ou cálculos renais podem causar dor referida no músculo.
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Ceco e apêndice vermiforme: localizados na fossa ilíaca direita, podem irritar o iliopsoas em casos de apendicite, causando dor ao movimento.
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Colo sigmoide: região próxima ao músculo na fossa ilíaca esquerda, podendo afetá-lo em patologias.
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Pâncreas: especialmente sua parte inferior, está próxima ao psoas maior, com possível irradiação de dor.
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Linfonodos lombares: podem se inflamar ou apresentar neoplasias que envolvem o músculo.
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Nervos da parede posterior do abdome: como o nervo femoral e o nervo obturador, cuja compressão pode provocar dor e disfunção muscular.
Aspectos Clínicos do Iliopsoas
Doenças ou inflamações nas estruturas relacionadas podem causar irritação do iliopsoas, resultando em dor ao movimentá-lo. O teste do iliopsoas é utilizado para detectar essa irritação, sendo positivo quando a extensão ou flexão resistida do quadril provoca dor. Por exemplo, na apendicite aguda, o sinal do psoas costuma ser positivo no lado direito.
Esse teste ajuda a identificar processos intra-abdominais que afetam o músculo, demonstrando sua importância além das funções locomotoras.
Ação do Iliopsoas
O iliopsoas é o principal músculo flexor e adutor do quadril, além de estabilizar a pelve e permitir flexão lateral da coluna lombar. Individualmente, o ilíaco realiza flexão e rotação lateral da coxa, enquanto o psoas maior também flexiona a coluna e inclina lateralmente o tronco.
Durante a marcha, o iliopsoas controla a extensão do quadril para suavizar o movimento, embora o encurtamento do músculo possa alterar a biomecânica, reduzindo a dorsiflexão do tornozelo e prejudicando a fase de apoio da marcha.
Além da função mecânica, o iliopsoas está associado ao equilíbrio estrutural do corpo e pode influenciar respostas emocionais, devido à sua conexão com o diafragma e a postura corporal.
Referências
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Moore, K. L., Dalley, A. F., & Agur, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2014.
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Drake, R. L., Vogl, A. W., & Mitchell, A. W. M. Gray – Anatomia clínica para estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.